quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Compartimentos da água

A água pode se encontrar no corpo em 3 compartimentos básicos: intracelular( maior parte), intersticial( intermediário) e intravascular( pouco).

Ou seja uma parte intracelular onde esta a maior parte e a parte extracelular que se divide em intersticial e intravascular. Quando esse equilíbrio é quebrado por exemplo quando aumenta o volume no compartimento intersticial  ocorre edema, neste caso normalmente sai do intravascular para o intersticial se há pouca água no sangue o cérebro percebe e envia o comando da sede a pessoa bebe mais água, mas como isso foi gerado por alguma causa patológica a água tornará a passar em maior quantidade para o interstício, caso o problema não tenha sido resolvido, assim novamente sede o ciclo se repete e mais água vai se acumulando no interstício e mais edema é gerado.

Quando se observa edema em uma pessoa, aproximadamente 5 litros de água já estão acumulado.

Bases do estudo hemodinâmico

Hemorragia, Congestão ou hiperemia, Trombose e Embolia

Aqueles são os principais fenômenos envolvidos nestes distúrbios:

Hemorragia pode ser por diapedese por exemplo como na dengue hemorrágica, onde ocorre alterações das células endoteliais. Pode ser por rexe quando o vaso se rompe mesmo. Em toda hemorragia ocorre a perda de eritrócitos série vermelha.

Congestão ou hiperemia:  Acarreta acumulo de sangue em leito capilar acima do normal. A congestão é um processo passivo onde normalmente fica roxo ou cianótico quando a saída de sangue esta prejudicada por exemplo ao se apertar a base do dedo. A hiperemia difere por ser um processo ativo normalmente se nota vermelhidão  onde se aumenta o aporte, a chegada de sangue. Exemplo tapa que abre arteríolas.

A trombose vai se formando na parede do vaso ocorre a participação do coágulo.

A embolia pode ser causada por sólido, liquido e gás, diferente da trombose não vai se formando na parede do vaso. Quando encontra um vaso com diâmetro pequeno obstrui.

A questão do fígado

O fígado recebe sangue de duas formas artéria 30% e 70% pela veia porta-hepática( sangue venoso), mas ainda assim principal fornecedor de oxigênio.

Próximo a tríade portal existe o canal de healing que fornece células tronco para regenerar, quando a lesão não destrói  a arquitetura do fígado  pode se regenerar, mas se destruir a arquitetura essas células não vão migrar  e o fígado cicatriza entrando em fibrose. 

O fígado é um dos órgãos com importante poder de regeneração, quando é lesado se regenera facilmente, mas após sucessivas lesões  e regenerações ele vai perdendo o poder de regeneração e entrando em um processo de fibrose( cicatrização), o estágio seguinte é a cirrose. Possui como causas hepatites pela lesão alcoólica, medicamentosa, ou ataques virais. A cirrose é uma patologia muito grave e os processos de regenerações sucessivas a que foi submetido o fígado podem finalizar por alterar o  D.N.A  dos hepatócitos causando hepatocarcinoma.

Reparo no tecido nervoso

Lembrete de que fibrose no tecido nervoso é chamado de gliose.

Afinal de contas tecido nervoso regenera ou não? Sim regenera, pois possui todos os potenciais para a regeneração, mas no local da lesão não existem condições que favoreçam a regeneração.

Para ficar mais claro no sistema nervoso periférico ocorre a regeneração, acredita-se que as células de regeneração venham dos astrócitos. Mas no sistema nervoso onde o nervo é  chamado de fascículo ocorre fato diferente, por exemplo quando se traumatiza a medula, lesa nervo e vaso, libera fibrinogênio que dispara a gliose, bloqueando a regeneração do tecido nervoso central. Ou seja ele tem capacidade de regenerar, mas precisa do ambiente adequado. Talvez a solução estivesse em uma técnica onde após o traumatismo em seguida o fibrinogênio fosse inibido para impedir a gliose e permitir que essas células se regenerem.

Informação

CÉLULAS TRONCO SÃO NECESSÁRIAS PARA FAZER A RENOVAÇÃO DOS TECIDOS NO CONSTANTE PROCESSO DE DIFERENCIAÇÃO CELULAR

As células tronco embrionárias seguem dois modelos :

Deterministico: Gera uma diferenciada e outra célula tronco

Aleatório: Ora produz duas embrionárias, ora duas diferenciadas.

Sinalização autócrina: A célula sinaliza para si mesma
Sinalização parácrina: Sinaliza para outra célula
Sinalização endócrina: Sinaliza para célula pelo corpo
Introcrina: receptor esta no núcleo.

Reparo

O reparo tem quatro estágios principais: hemostasia, inflamação, proliferação, resolução/ remodelamento.

Na hemostasia encontramos por exemplo fibrinas e plaquetas atuando no controle de hemorragias, após esse estágio encontramos a inflamação com macrofagos e linfócitos, ou seja, a inflamação é um processo que faz parte do reparo em seguida vem a proliferação das células isso inclui angiogênese, fibrogênese, ou repitealização a depender do dano e área afetada. Por exemplo no reparo em osso se forma hematoma, hemostasia, inflamação, calo mole, calo e remodelamento.

A importância da inflamação no processo consiste em remover restos e sinalizar o remodelamento do órgão. Como a inflamação é parte natural do processo de cura, deve-se repensar se sempre é preciso combater a inflamação? Será que este combate excessivo não viria atrapalhar o processo de reparo do local? Certamente o melhor é sempre tratar o que esta causando a inflamação em vez de apenas aplicar antiinflamatório, entendendo que a inflamação é processo natural e dependendo do caso necessário ao reparo. A partir da inflamação pode se ir para a resolução ( cura), inflamação crônica, fibrose, ou abscesso.

sábado, 25 de setembro de 2010

Personagens da inflamação

A inflamação possui alguns personagens:

Células endoteliais( células que foram a parede dos vasos): Expressam ligantes , função de revestimento do vaso, produzem substâncias que alteram o vaso.

Outros personagens atuam dentro do vaso como plaquetas, monócitos, linfócitos, proteína, leucócitos e hemácias. O papel das hemácias é capturar imunocomplexos que de outra forma se acumulariam nos tecidos e causariam danos, as hemácias carregam até o baço onde lá os imunocomplexos são removidos do sangue. Os mastócitos causam reações rápidas, por exemplo ao contato com poeira e se espirra rapidamente é o mastocito que libera histamina e outros componentes causando vasoespasmo.

Como já foi evidenciado a inflamação envolve um processo vascular ou melhor alterações vasculares, incluem alteração do fluxo de sangue,  do calibre do vaso,  permeabilidade e resposta nos vasos linfáticos.

Existe algo chamado TRÍADE DE LEWIS para os eventos iniciais da inflamação o primeiro processo que ocorre é uma rápida vasoconstrição transitória em seguida surge vasodilatação de arteríolas provocadas por mastócitos e isso leva ao aumento da permeabilidade vascular.

A inflamação se processa a nível de microcirculação: arteríolas, vênulas e capilares.

O sistema é arteríola-capilar-vênula. Pela arteríola sai  água para o interstício por pressão hidrostática, depois essa água volta para a vênula por pressão coloidosmótica, retorna cerca de 95% de água, os outros 5% de água que ficaram no interstício é drenado pelo sistema linfático. Na inflamação pelas alterações ampliadas no vaso ocorre perda de proteínas para o interstício, isso causa edema, pois o liquido não retorna. O aumento da permeabilidade faz a protéina sair. Sempre que for possível reduzir o edema  é positivo para o paciente.

Causas do aumento da permeabilidade:  Remoção das células endoteliais, afrouxamento das ligações nas células endoteliais, onde a histamina contribui.

Introdução a inflamação e alguns termos úteis

A inflamação pode ser conceituada como uma resposta fisiológica que sempre acontece em nível basal, mas as vezes essa resposta ocorre com exagero.


A inflamação possui alguns sinais universais:

1- Dor: Explicada pela liberação de bradicinina durante a resposta inflamatória o que baixa o limiar para os receptores da dor, lembrando que o edema faz pressão e estimula também a dor.

2- Calor: Com o aumento da circulação na área inflamada o sangue que vem quente da temperatura interna do corpo leva essa temperatura ao local inflamado. E também o aumento do metabolismo termina por aumentar a temperatura.

3- Rubor ou eritema: Causado pela vasodilatação o que deixa a área inflamada avermelhada.

4- Tumor ou edema:  Lembrando que nem sempre a palavra tumor esta associado a neoplasia neste caso é sinônimo de edema isso ocorre na inflamação através do extravasamento de liquido do plasma para o interstício.


Como se pode observar a inflamação é um fenômeno essencialmente vascular, ocorre em áreas vascularizadas, especificamente no conjuntivo.

Tratar uma inflamação é remover a causa e não dar apenas um antiinflamatório, pois a inflamação leva a perda da função o que é outro sinal da inflamação, por exemplo um dente inflamado  faz mastigar com o outro lado e não usa o lado inflamado.

Alguns termos:

Trogocitose: Processo pelo qual linfócitos capturam fragmentos da membrana citoplasmática de células apresentadoras de antígeno expressando seus antígenos.

Inflamação aguda:  Possui sintomatologia se estabelece rápido por curto período. geralmente estão envolvidos neutrófilos e eosinófilos.
 
Inflamação crônica: Não apresenta muita sintomatologia estão envolvidos  macrófagos e linfócitos. 

Abscesso: Conjunto de pus dentro do tecido é preciso fazer drenagem. 

Celulite: Quando o pus esta espalhado

Fibroedama gelóide: É o que se pensa ser celulite,  geralmente causa de muita preocupação da estética feminina.

 

sábado, 18 de setembro de 2010

Algo mais sobre pigmentação endógena

Hemoglobina = Hemossiderina + Biliverdina + Bilirrubina

Este esquema mostra o que acontece na hemólise por exemplo, onde ocorre a quebra de hemácias, os glóbulos vermelhos se rompem, liberam hemoglobina esta é responsável pela coloração vermelha das hemácias e consequentemente do sangue, a hemoglobina ao ser degradada libera hemossiderina este pigmento contém ferro, a biliverdina pigmento verde e bilirrubina  pigmento amarelo são desprovidas de ferro.

A hemólise pode ser extravascular, maior parte, ou intravascular quando isso ocorre a hemoglobina precisa se ligar a heptoglobina no plasma, depois macrófagos reciclam o ferro e produzem bilirrubina,  a hemoglobina livre no sangue é tóxica, pois reage com peróxido de hidrogênio e forma radical livre, levando a dano renal  e diminuindo óxido nítrico, importante vasodilatador sem ele  vaso contrai, levando a hipertensão pulmonar.

Mas até a bilirrubina não pode estar alta no sangue, pois ela inibe enzimas mitocôndriais, interfere na síntese de D.N.A, inibe captação de tirosina, diminui níveis de glicose celular, aumenta níveis de lactato e impede metabolismo da glicose cerebral. 

Muitas patologias como hepatite, malária, distúrbios enzimáticos como na G6PD, levam a icterícia que é o acumulo de bilirrubina no sangue e alguns tecidos, o enfermo fica com aspecto amarelado na pele e olhos, isso pode acontecer em patologias que afetam o fígado, pois nossas hemácias vivem cerca de 120 dias, depois ficam senescentes e precisam ser removidas no baço e fígado,  o ferro é reaproveitado e a bilirrubina formada, o baço manda para o fígado a bilirrubina formada e o fígado através da vesícula biliar, envia os sais biliares no processo da digestão, por alguma patologia o fígado pode ser afetado e a eliminação da bilirrubina ficar prejudicada, até na própria vesícula biliar isso leva a um aumento da concentração de bilirrubina no sangue levando a icterícia. Outras patologias como distúrbio enzimático da G6PD causam alterações osmóticas nas hemácias, levando elas a hemólise na própria corrente sanguínea, também causando icterícia.

A condição de icterícia é mais grave quando em um  bebê, porque a bilirrubina atravessa a barreira hematoencefálica, se trata de uma proteção especial dos vasos que irrigam o cérebro e normalmente impedem que diversas substâncias estranhas entrem no cérebro.

Regra do ABCD para as lesões pigmentadas

Muitas vezes aparecem nas pessoas manchas escuras na pele, logo surge a preocupação de ser um câncer de pele. Obviamente uma mancha escura na pele deve ser merecedora de uma consulta urgente ao dermatologista, este na suspeita de ser um melanoma fará uma biopsia onde será confirmado o diagnóstico  através de exame mais detalhado pela microscopia. Existe um método que permite avaliar  uma lesão pigmentada como benigna ou maligna, se chama o método do ABCD:


A-  De assimetria, se a lesão apresentar assimetria é suspeita, pois a lesão maligna é assimétrica.
B-  A lesão maligna apresenta borda irregular.
C-  Cor, lesão maligna apresenta mais de uma intensidade de cor.
D-  Diâmetro maior de 0,6 cm é supeito de lesão maligna.

Se uma lesão pigmentada apresentar todas essas caracteristicas suspeitas, a consulta ao dermatologista deve ser feita ainda com mais urgência. Lembrando que este método serve apenas para suspeita é com a biópsia que poderá ocorrer o diagnóstico.

sábado, 11 de setembro de 2010

Pigmentação

A pigmentação patológica é o acumulo ou redução de pigmentos. Pode ser endógena substâncias do próprio organismo ou exógena substâncias estranhas ao organismo.

Exemplos de pigmentação exógena:  Antracose( carvão) pessoas que trabalham em minas de carvão, ou em locais muito poluídos com carvão podem desenvolver essa patologia caracterizado pelo acumulo de sais de carbono  no pulmão, o alvéolo fica muito espesso e dificulta troca gasosa(hematose), como resultado da lesão fica com mais colágeno do que elastina, logo a expiração fica dificultosa. Tatuagem pigmentação causada por enxofre, os macrófagos absorvem o pigmento e permanece praticamente o resto da vida. Siderose acumulo de ferro. Argiria sais de prata .

Pigmentação endógena exemplos: Lipofuscina pigmento insolúvel, pigmento castanho do envelhecimento, derivado de peroxidação de lipídios da membrana subcelular. IMPORTANTE sinal de lesão por radicais livres. Melanina pigmento preto-acastanhado, deposita-se pele, conjuntiva e cartilagem. Hemossiderina granular ou cristalino amarelo a castanho dourado, deriva da hemoglobina. O ferro nas células é associado a proteína apoferritina, para formar micelas de ferritina. Quando excesso local ou sistêmico de ferro, a ferritina forma grânulos de hemossiderina, sobrecarga sistêmica é conhecida como hemossiderose. Na maioria dos casos de hemossiderose a pigmentação não lesa as células, nem compromete função do órgão. Mas o acumulo extremo de ferro na hemocromatose causa lesão hepática e pancreática, causa fibrose hepática, insuficiência cardíaca e diabetes mellitus.

A bilirrubina é um pigmento normal encontrado na pele, provém da hemoglobina, mas não contém ferro. Icterícia distúrbio clínico, por excesso desse pigmento nas  células e tecidos.

Envelhecimento celular

Praticamente vamos ver 4 fatores como causa onde pode atuar um ou mais desses fatores ao mesmo tempo, ou todos eles atuando para promover o processo ao qual chamamos de envelhecimento celular, o qual sempre foi e ainda é motivo de intensa pesquisa.

E a grande indagação relacionada a este tema, o envelhecimento celular é causado por motivos de desgaste ou é algo biologicamente programado????

As 4 causas principais que as pesquisas atuais apontam se referem a QUESTÃO DO TELÔMERO, AOS GENES RELÓGIO, EVENTOS METABÓLICOS E CAPACIDADE DE REPARO METABÓLICO REDUZIDO,  vamos então abordar com mais profundidade as citadas causas:

TELÔMERO: Trata-se de sequência de D.N.A repetitivo  localizado nas extremidades dos cromossomos, assim como envolvendo essas extemidades como uma "capa protetora" sem conteúdo genético de transcrição  é  D.N.A, mas não é codificante. O telômero evita a fusão dos cromossomos o que seria bastante inapropriado, pois causaria anomalias genéticas graves e a cada divisão celular ocorre perda de um pouco de D.N.A e isso ocorre nas extremidades, assim a cada divisão celular se perde um pedaço do telômero, até certo ponto isso não causa anomalias, pois como foi dito o telômero possui material  repetitivo e não codificante, ou seja, esta la para isso também. As células filhas herdam um telômero menor a cada divisão e quando esta perto de acabar o telômero, a célula entra em apoptose, a fim de evitar que apareçam  células com alterações genéticas graves. Então os filhos de uma pessoa já nasce com seu telômero mais curto do que seus pais? Não, porque existe uma enzima chamada telomerase que tem o poder de restaurar o telômero durante as divisões mitóticas, a telomerase esta ativa nas células germinativas que produzem espermatozóides e óvulos, assim essas células germinativas tem seus  telômeros 100% prontas para formar um novo ser vivo, assim a redução do telômero ocorre com o envelhecimento do ser vivo. A telomerase também se encontra ativa nas células neoplásicas, por isso a célula neoplásica recebendo alimento em condições controladas é praticamente "imortal", os telômeros destas células estão sendo regenerados a cada divisão pela telomerase.

GENES RELÓGIOS: Por exemplo o nematóide Caenorhabdis elegans possui  um gene chamado clk-1, este gene pode ter relação com alterações na taxa de crescimento e a regulação dos processos do desenvolvimento. Há tentativas intensas de localizar homólogos  desses genes nos mamíferos.


EVENTOS METABÓLICOS  E CAPACIDADE DE REPARO METABÓLICO REDUZIDO: Os chineses já diziam desde a antiguidade ao homem é dado certo número de respirações para toda vida. Vários experimetos com insetos e pequenos animais, comprovam o principio de que quanto mais intensa for a atividade metabólica, menor a longevidade. Por exemplo moscas que tiveram suas asas retiradas, vivem cerca de 50% mais que as moscas normais com asas, retirando as asas houve alta redução de metabolismo logicamente. E essa questão também esta ligada a restrição calórica, pesquisas com cobaias também comprovam que as cobaias criadas desde sempre com restrições calóricas na alimentação viveram muito mais do que outras da mesma espécie com alimentação normal. Estas duas pesquisas se interligam e a relação possivelmente esta na oxidação, ou melhor nos metábolitos reativos produzidos durante a oxidação celular os conhecidos RADICAIS LIVRES responsáveis por vários danos celulares, inclusive no próprio D.N.A, danos sérios a depender da quantidade e da produção destes radicais livres ai entra os mecanismos de reparo celular, mecanismos que reparam erros no D.N.A por exemplo e algumas patologias ou o próprio envelhecimento reduzem significativamente a capacidade de reparo do D.N.A, o que contribuirá para o envelhecimento celular e seus efeitos. Normalmente é o acumulo de radicais livres e seus danos ao longo do tempo um dos fatores de grande peso para o envelhecimento celular.

sábado, 4 de setembro de 2010

Cálculo

Cálculo significa pequena pedra, pois os antigos costumavam calcular por exemplo a quantidade de um rebanho associando a cada animal uma pedra, depois  poderiam facilmente conferir quantos animais possuíam.

Cálculo é diferente de calcificação, porque a calcificação ocorre dentro do corpo, mas os cálculos sempre se formam fora do corpo e também não é iniciada por hidroxiapatita como na calcificação.

Podem se formar cálculos na vesícula biliar, assim se for amarelado é  formado de bilirrubina se for escuro, será formado de colesterol.

Cálculos renais(urolitíase), formado principalmente por  fosfato puro, ou fosfato de cálcio.

* Phyllantus  Niruri: Planta utilizada pra fazer o conhecido chá de quebra pedra que inibe formação de cálculos renais e facilita sua expulsão. A planta parece mudar a polaridade da carga dos cristais para não aderir ao túbulo renal.

Calcificação patológica

Quando ocorre calcificação em tecidos não osteóides a isso se denomina calcificação patológica que pode ser de dois tipos distrófica e metastática.

A calcificação distrófica sempre acontece como efeito de uma lesão ou necrose  por exemplo uma lesão na mama pode gerar calcificação,  ocorrendo no músculo e em diversos tecidos.

Mas na calcificação metastática ela ocorre sem ter como causa uma lesão, o tecido se encontra  normal e apresenta como causa da calcificação a hipercalcemia( cálcio elevado no sangue).

Trata-se do seguinte sempre a calcemia (quantidade de cálcio no sangue) é baixa, muito baixa, mas mesmo assim com esta concentração tão baixa o organismo produz ossos e dentes. Em um organismo sadio as  células possuem mecanismos que evitam a calcificação de tecidos não osteóides, esses mecanismos podem ser anulados ou por uma lesão nas células, ou por hipercalcemia e esta tem como causa,  uma absorção intestinal de cálcio aumentada ou um aumento da reabsorção óssea. Um excesso de paratormônio  produzido nas paratireóides pode levar a hipercalcemia, pois a função desse hormônio é retirar cálcio dos ossos para o sangue quando a calcemia cai. Logo o hiperparatireoidismo leva a excesso de paratormônio causando aumento da calcemia favorecendo assim calcificações em outros tecidos do corpo, do tipo metastática. 

Uma lesão renal pode levar a hipercalcemia por paratormônio, o mecanismo é o seguinte com a lesão renal, o rim não produz vitamina D adequada, a absorção de cálcio no intestino fica comprometida com a lesão renal, o rim também aumenta sua excreção de cálcio, assim como retém fósforo, a concentração de fosfato no sangue fica alto enquanto cálcio cai. A glândula paratireóide analisa a relação no sangue de cálcio e fosfato, quando esta relação é alterada, então a liberação de paratormônio é ativada, neste caso com quebra da relação ocasionada pela lesão renal, gerou um aumento da produção de paratormônio o que leva a hipercalcemia e favorecendo a calcificação metastática.

A calcificação também pode ser idiopática, ou seja, sem causa elucidada,  pode acontecer em qualquer músculo, embora mais frequente  no quadríceps. Na calcificação iatrogência se injeta cálcio no paciente pra tratar  alguns tipos de tumores, apresentando como efeito na maioria das vezes calcificação na derme.

sábado, 28 de agosto de 2010

Degeneração proteica...

Ocorre com o acumulo de proteínas ou alterações no metabolismo proteico. Classificada como: Tumefação turva, degeneração hidrópica, gota úrica, degeneração hialina, são exemplos desse tipo de degeneração.

TUMEFAÇÃO TURVA E DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA QUAL A DIFERENÇA??: São quase a mesma coisa em seus efeitos, mas para alguns autores a tumefação turva se diferencia por ser causada por vírus. O que acontece é o acumulo de água na célula por falta de metabolismo protéico, pois a queda desse metabolismo protéico ou mesmo do metabolismo energético, causa uma queda da produção de energia da célula e uma das primeiras funções celulares a serem afetadas é a bomba de sódio e potássio, caso não funcione como deveria se desenvolve um desequilíbrio osmótico, levando ao acumulo de água na célula. Lembrando que na maioria das células 80% da energia celular é direcionada para manter a bomba de sódio e potássio. Por exemplo na degeneração hidrópica dos hepatócitos, eles acumulam água por causa da hipoxia que leva a  queda de energia, causando alteração da bomba de sódio e potássio como já explicado. Estas células enchem de água e ficam mais claras.

Na degeneração hialina se acumulam proteínas tanto no interior da célula como fora. Por exemplo no caso da proteínuria( proteínas aparecendo na urina)  e passa proteínas quando não devia passar pelo glomérulo renal, as células do tubulo contorcido proximal absorvem proteínas que passaram pelo glomérulo, no intuito de direcionar essas proteínas para o sangue novamente e essa absorção causa degeneração hialina nas células do tubulo, pois fazem uma função que normalmente não lhes cabe fazer, assim acumulam proteínas. A hipertensão também pode acumular  proteínas causando degeneração hialina, a alta pressão do sangue força entrada de proteínas nas células do endotélio( células que formam as paredes dos vasos), causando espessamento na túnica média do vaso.


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Degeneração gordurosa...

A degeneração gordurosa ocorre quando a célula parenquimatosa acumula gordura causando degeneração das funções celulares.

*Observação:  Célula parenquimatosa: É a célula especializada do tecido.
Estroma: Células que dão suporte ao tecido.

Quando a célula aumenta o tamanho pelo acumulo de gorduras, pode ocasionar redução do fluxo de sangue  e ficando mais sensíveis a substâncias lipossolúveis com tendência a reter estas substâncias.

A desnutrição protéica é um exemplo de uma causa que leva a degeneração gordurosa, a gordura é de característica apolar, mas o sangue é polar. Pela lei química apolar dissolve apolar e polar dissolve polar, assim apolar não se mistura com polar, isso seria um grande problema para a fisiologia do organismo, caso não existissem as lipoproteínas. Na engenharia do nosso corpo esse problema foi calculado, assim pessoas com saúde produzem estas lipoproteínas no fígado, que variam de acordo com a densidade, desde os quilomícrons até moléculas LDL(baixa densidade proteica) e HDL(alta densidade proteica), funcionam como transportadores da gordura pelo sangue, possuindo uma parte polar sendo a parte proteica que permite interação com o sangue, permitindo certa solubilidade e outra parte apolar para carregar o lipídio. Para o fígado fabricar essas lipoproteínas é preciso que a pessoa se alimente de proteínas, caso ocorra desnutrição protéica grave o organismo não produz as lipoproteínas como deveria, logo neste caso as gorduras tendem a se acumular nas células hepáticas do fígado(hepatócitos), pois a gordura vinda da alimentação passar pelo fígado para que ele empacote nas lipoproteínas e de lá vão os lipídios para todo o corpo, o fígado então fica gorduroso isso se chama esteatose hepática.

Histologicamente se pode observar o acúmulo de gorduras na célula de forma microvesicular( pequenas gotículas de gordura) ou macrovesicular( gotículas maiores). Na prática se observa que o padrão microvesicular esta associado a problemas mais graves.

A degeneração gordurosa pode ser:

ESTEATOSE : Triglicerídeos se acumulam( aspecto de bolhas ou vesículas)
LIPOIDOSE : Outro tipo de gordura se acumula( aspecto de cristais)

sábado, 21 de agosto de 2010

Necrose

O que vem a ser necrose??  Quando se diz que ocorreu morte celular em determinado tecido, significa dizer que também esta necrótico? Não e a explicação é simples, se uma pessoa morre de parada cardíaca por exemplo, assim que  morre visivelmente  não tem aspectos de um cadáver, mas com o passar do tempo o corpo entra em degeneração, o mesmo vale para a célula, quando se recolhem células de um tecido que acabou de morrer  pra analisar histologicamente não verá diferenças em um microscópio comum. Mas com o passar do tempo essa oncose ou morte celular vai ficar visível histologicamente também e quando isso ocorre é porque o tecido entrou em necrose.

Logo a necrose é quando a morte celular esta visível. Todo tecido necrosado esta morto, mas nem todo tecido morto esta imediatamente necrosado. 

A necrose sempre decorre de uma lesão irreversível, a aparência do tecido que se atribui a necrose decorre de dois fatores: digestão enzimática celular e desnaturação das proteínas. As enzimas catalíticas tem origem nos próprios lisossomas das células mortas  autólise,  ou dos lisossomas de leucócitos que vem limpar o tecido nesse caso é heterólise. A necrose é um processo que leva horas.

Oncose e Apoptose!?

A descoberta da apoptose é recente para a nossa arte científica, vamos agora observar as diferenças básicas entre oncose(morte celular) e apoptose( morte programada??ou ultra-diferenciação celular?!) vejamos abaixo:

Oncose                                       Apoptose

1.Destruição sem energia           1.Gasta energia para o processo
2. Inflamação                             2. Sem inflamação
3. fagocitose pra "limpar"            3. fagocitose induzida por flip-flop(inversão das membranas)

Podemos concluir  que na oncose a célula sofre lesão, suas funções decaem até entrar em degeneração, não é preciso que a célula gaste energia neste processo, quando degenera o material que resta sempre causa inflamação por sua própria constituição bioquímica  criando esse tipo de reação.

Mas na apoptose estão envolvidos genes que estão sendo investigados e em si mesmo a apoptose resulta de uma série de eventos que gastam energia, gerados por determinados estímulos. Durante a apoptose a célula produz corpúsculos apoptóticos, pequenos pedaços de si mesma,  destinados a uma fagocitose especial, no qual ocorre o flip-flop da membrana plasmática,  se trata de inversão das camadas internas e externas, o fosfolipídio vira das camadas internas com a finalidade do reconhecimento precoce de células mortas por macrofágos e células adjacentes para a fagocitose, evitando liberação de restos celulares pró-inflamatórios. Reduzindo ao mínimo danos para o tecido circundante. O conceito de morte celular também esta sendo substituído por ultra-diferenciação celular, pois são os mesmo genes envolvidos na apoptose e diferenciação celular.

sábado, 14 de agosto de 2010

Lesão celular...

Vamos agora estudar um dos pontos básicos da patologia o mecanismo de lesão celular:

A célula esta sujeita a receber estímulos constantemente levando para uma adaptação que não é lesão ainda, a hipertrofia  é um exemplo de adaptação, produção de melanina após a exposição da pele ao sol é um outro exemplo. Porém se este estímulo for intenso demais a célula apresenta incapacidade pra se adaptar, então se inicia a LESÃO. Que começa com alterações subcelulares, esta lesão pode ser REVERSÍVEL ou IRREVERSÍVEL. Voltando a exposição ao sol, quando se anda rapidamente no sol e depois se protege em algum lugar, ou seja, exposição rápida. Nesta exposição as células sofreram lesão, mas reversível, retirou-se a causa em tempo e a lesão não se tornou irreversível. Mas se o estímulo fosse mais prolongado, a exposição fosse maior, ultrapassaria o PONTO DE IRREVERSIBILIDADE. Tornando-se uma lesão irreversível e levando a ONCOSE(morte celular).

* Aqui vale uma obsevação da diferença dos termos ONCOSE e APOPTOSE. Nos dois casos ocorre morte celular, mas na oncose tem como causa uma lesão, na apoptose a causa é uma programação celular, ou planejamento, como vamos aprofundar mais em futuras postagens.

A medida que a lesão celular reversível  vai aumentando a função celular vai caindo. A lesão começa a nível ultra-estrutural( perceptível apenas em microscópio eletrônico,alterações mitocondriais por exemplo), depois de um tempo a nível de microscopia comum e só então depois a nível macroscópico, exemplo ao se bronzear no sol e horas depois se observa a queimadura.

* Aqui vão alguns termos dignos de atenção em microscopia:
Cariólise_ quebra do núcleo
Cariorrexe_ fragmentação do núcleo

Concluindo o estímulo pode ser físico, químico e etc. Este estímulo de alguma forma interfere na produção de ATP(molécula de energia da célula), sem energia as funções celulares vão cair e então necrose. Por exemplo um tecido com isquemia( sem circulação adequada de sangue) , não vai ter oxigênio suficiente que é necessário para produção de ATP. A falta de oxigênio induz as mitocrôndias( usinas celulares de energia), a dispararem substâncias  pra induzir a apoptose.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O que ser patologia????

Se observarmos a etimologia da palavra pathos(doença), logia (estudo), afirmaremos que a patologia se encarrega de estudar as causas da doença, seu mecanismo e as alterações da função e  forma de determinado sistema, órgão, tecido ou célula que esteja em condição patológica. Logo existem quatro pilares principais da patologia:  CAUSA, MECANISMO, FUNÇÃO E FORMA.

ORDEM/CAOS:  A entropia é um estado de desorganização geral que existe e aumenta no universo. Todo organismo ou mesmo célula vai contra a entropia para manter a homeostasia(equilíbrio interno), ou seja, a entropia procura criar um grau de desordem universal, a célula enquanto viva vai contra a lei de entropia e não esta em equilíbrio com seu ambiente, para manter essa condição ela precisa gastar muita energia. Sem energia o caos se instala na célula.

Para se ter um bom entendimento de patologia é indispensável ter como requisito conhecimentos de fisiologia. É preciso entender como o corpo funciona em seu estado normal, para compreender os mecanismos de alteração dessas funções.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Objetivo do blog

Este blog tem como objetivo apresentar conceitos básicos de patologia e mostrar os avanços mais recentes nas pesquisas ,  avaliando o impacto dessas pesquisas em seu potencial para mudar o padrão de  doenças que hoje são consideradas incuráveis. Por exemplo o câncer, pelo que sabemos  pode ser induzido ou herdado.

Câncer é uma mutação genética nos oncogenes, esses genes regulam a divisão celular e podem perder  o controle, vários agentes  induzem essa alteração, como  substâncias no cigarro, álcool, ou radiação solar, produtos químicos, vírus e etc.

Essa alteração no DNA  também poderia ser herdada, logo a causa é genética.

A cura para o câncer  esta próxima, pois se fatores externos alteram esses genes. Logo fatores externos também podem inibir esses genes, basta investigar quais as melhores substâncias,  a solução talvez esteja nas sofisticadas técnicas de manipulação do DNA, pois hoje em dia podemos manipula-lo,  o esforço esta em desenvolver e aperfeiçoar essas técnicas.